Os ritos fúnebres referem-se a todos os procedimentos cerimoniais para tratar um morto. Como os coreanos antigos tinham uma visão da vida após a morte, isto é, de que a alma “viveria” após a morte, eles seguiam os procedimentos para os ritos fúnebres e os realizaram de forma grandiosa. Além disso, pensava-se que esses ritos afetavam o destino das pessoas vivas também. Esta ideia levou à criação de ritos fúnebres que conduziam à realização do funeral e do enterro como providência natural, além de aceitarem o culto aos antepassados.
Na Coreia, desde antigamente, tinha uma crença de que a alma e o corpo poderiam ser separados. Assim, acreditava-se que quando uma pessoa morre, um “ceifador” (저승사자), que a guia para o além, vem buscá-la. Os “ceifadores” ou mensageiros do além são três: o mensageiro da hora, o mensageiro do dia e o mensageiro do mês. Portanto, os “ceifadores” tinham que ser bem tratados para que os mortos pudessem ir para o além confortavelmente. Então, antigamente, numa casa em luto, havia uma oferenda para os “ceifadores”.
A mesa sobre a qual a oferenda era colocada recebe o nome de “mesa do ceifador” (사자상). Geralmente, três tigelas de arroz, três pares de sandálias, três moedas e três copos de bebida alcóolica eram colocados na mesa. A mesa era colocada no quintal ou em frente ao portão.
Atualmente, os procedimentos dos funerais são realizados em hospitais ou funerárias, de modo que essas mesas de oferenda desapareceram, mas, até a década de 1980, os funerais costumavam ser realizados em casa.
Essa figura do “ceifador” é muito presente em histórias e no imaginário dos coreanos, sendo presente em novelas (k-drama) e filmes (k-movie) como:
Along with The Gods: The Two Worlds (2017)
Goblin: the lonely and great god (2016-2017)
Fonte: 저승사자에게 바치는 사자상(使者床). Disponível em: <https://ncms.nculture.org/ceremonial/story/1440>. Acesso em: jan. 2023.